Erradicar o feminicídio, crime de ódio contra as mulheres : prioridade para a política social
A propósito de mais um duplo feminicídio, desta vez perto de Liège, a 22 de Agosto de 2018....
O feminicídio é atraso civilizacional, desrespeito tacanho, violação dos direitos, liberdades e garantias fundamentais, consequência de uma mundividência patriarcal, arcaica.
Erradicar o feminicídio e a violência machista é uma missão para os poderes públicos.
Erradicar o feminicídio e a violência machista é responsabilidade societal.
Em causa está a promoção do respeito pela figura da mulher e pelo seu livre-arbítrio.
Em causa está a valorização da mulher.
Sim, cada vez mais :
Falar abertamente no feminicídio, denunciar e estigmatizar socialmente os perpetradores.
Campanhas públicas nas televisões e redes sociais
Educar e transformar as mentalidades.
Abordagem a seguir deve ser naturalmente transversal : multi-nível e multi-disciplinar.
Programas educativos específicos, formais e não-formais, para todos os públicos, ao longo de toda a vida.
Programas sociais de sensibilização.
Participação de todos os actores de desenvolvimento, instituições, escolas, associações, clubes desportivos, indústrias, etc
" Para (antropóloga mexicana Marcela Lagarde y de Los Ríos) Lagarde, o feminicídio pode ser praticado pelo atual ou ex-parceiro da vítima, parente, familiar, colega de trabalho, desconhecido, grupos de criminosos, de modo individual ou serial, ocasional ou profissional; e, em comum, denotam intensa crueldade e menosprezo para com as mulheres, tratadas como mero objetos e, portanto, descartáveis. Trata-se, pois, de crime de ódio contra as mulheres, para o qual concorre de forma criminosa o silêncio, a omissão e a negligência por parte das autoridades encarregadas de prevenir e erradicar esses delitos.
Para a antropóloga Rita Laura Segato, o impulso de ódio com relação à mulher se explica como consequência à violação feminina às duas leis do patriarcado:a norma de controle e possessão sobre o corpo feminino e a norma de superioridade, de hierarquia masculina. Sob essa ótica, a reação de ódio ocorre quando a mulher exerce autonomia no uso do seu corpo, desrespeitando regras de fidelidade ou de celibato. Ou, ainda, quando a mulher ascende posições de autoridade, poder econômico ou político, tradicionalmente ocupado por homens, desafiando o delicado equilíbrio assimétrico."
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tribunal_Internacional_de_Crimes_contra_Mulheres
Lidia Martins
cidadã portuguesa emigrante na Bélgica.
I - Rádio Alma Bruxelas/ Mulheres Cidadãs
II - Rádio Alma Bruxelas/ Mulheres Cidadãs